domingo, 27 de novembro de 2011

DÉCADA DE 90

A década de 90 foi sem dúvida muito importante para a juventude, nesses anos os jovens viveram a transição de mídias e consecutivamente de formas de pensamento, a televisão e a internet se popularizavam cada vez mais, os clipes da MTV estavam no auge, os gibis davam lugar aos vídeo games, as mudanças estavam em todos lugares, e a mídia tinha tendência em dizer que o jovem não estava preocupado com a política, porém isso pode envolve vários aspectos que podem ser interpretados diferentemente.
Ann Misch cita no artigo “De estudantes a cidadãos, Redes de jovens e participação política” um pouco dessa amplitude de interpretações da juventude dos anos 90 : “Quando milhares de jovens brasileiros a maior parte de classe média saíram às ruas para protestar contra a corrupção no governo do presidente Fernando Collor de Melo, eles pegaram a maioria dos brasileiros (incluindo os próprios jovens) de surpresa. Reportagens na grande imprensa retratavam o ceticismo e desinteresse político da “geração shopping center”, nascida durante a ditadura e criada entre as expectativas crescentes e desilusões sucessivas da lenta e conservadora transição à democracia. Surgiram comparações nostálgicas com a oposição estudantil dos anos 60, que começou com a campanha pela reforma universitária e se radicalizou ao longo de vários anos de confronto com a ditadura militar. A nostalgia dessa época influiu tanto na confluência dos eventos que não foi por coincidência que as manifestações anti-Collor aconteceram no final da mini-série da Rede Globo Anos Rebeldes, que cativou a audiência jovem com seus personagens simpáticos e sua visão romântica do movimento de 68, e certamente serviu como inspiração nas semanas exaltadas de agosto de 1992.
Dessa forma vemos que essa geração tem diversas interpretações, a mídia vista como instrumento de mobilização por pontos positivos e também por pontos negativos o que fica claro é que o que aconteceu em 92 não foi algo independente, Ann Mich resalta em seu artigo: “A participação entusiasmada dos jovens nas passeatas pelo impeachment — organizados pelas entidades estudantis, apoiados pelos partidos e entidades civis, e divulgados pela grande imprensa não pode ser chamada de “independente” ou “espontânea”, pois eles receberam amplas formas de apoio oficial e não-oficial, o que fica evidente no ceticismo deste comentário jornalístico: Nos anos 60, as passeatas eram na hora do “rush”, para chamar atenção e buscar adesão do povo: “Você é explorado, não fique aí parado” (…) Saldo do dia: estudantes mortos, policiais feridos e quebra-quebra nas ruas. À noite, o Reporter Esso falava do clima de guerra civil no centro da cidade, mas não mostrava imagens (…) Nos anos 90, a liderança sobe nos palanques montados pela prefeitura e pelo governo do Estado, a repressão ajuda a interromper o trânsito, as palavras de ordem viram jingles, os rostos estão pintados, e, à noite, o “Globo Repórter” dedica uma hora, em horário nobre, para nova “onda teen”
Essas citações só mostram o poder que principalmente a televisão exercia nos anos 90 e em parte continua exercendo sobre os jovens nos dias de hoje, cabe a nossa presente geração questionar o que nos é mostrado e analisar os interesse contidos por trás dessas informações.

Mariana Fernandez


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Jovens Anos 90

Os jovens dos anos 90 ficaram conhecidos como a geração zero, por causa de uma exposição exagerada à tecnologia dos videogames e computadores, as crianças e adolescentes estão crescendo sem ideologias próprias, desligados da realidade e preocupados apenas com a sua satisfação pessoal. Importa mesmo para os jovens dessa geração apenas consumir.
Rodeados por condomínios e shopping centers, as principais características dessa geração é ter um espírito competitivo e acirrado e objetivo profissionais bem definidos, rodeado de tecnologias sofisticadas eles se adaptam a novas linguagens de símbolos e comunicação perfeitamente.
Hoje em dia é impossível pensar em que as crianças dos anos 90 são iguais os do passado, pois estão crescendo mais frágeis, pois sua estrutura emocional demora pra aprender a lidar com o mundo externo. Com isso tem dificuldades de evoluir emocionalmente e se tornam adultos extremamente egocêntricos e preocupados com a sua satisfação pessoal.
Com uma rotina marcada por incessantes exposições a estímulos visuais, uma simbologia calcada na imagem, e é por ela que procuram exprimir para obter a informação que os convém. Por isso, a associação do presente com o passado se torna sem sentido, à medida que estes jovens vivem num eterno presente.
Dentro de um mundo só deles, cercado por muros de condomínios que o rodeiam afastam todas as possibilidades de contato com o exterior, com a realidade de um país que nem sequer o consideram como pátria. Como na musica de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belotto: “Televisão”, “A televisão me deixou burro demais. Agora todas as coisas que eu penso me parecem iguais... E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais. Ô cride, fala pra mãe, que tudo que a antena captar meu coração captura”.
O fator de maior consideração para essa geração é o sentimento de pertencer á sua tribo de colegas que apresentam afinidades e, para isso, não medem esforços no que diz repeito à adaptação às novas tendências. Os jovens brasileiros acompanham um tendência presente nas cidades globais de se manterem apáticos sobre tudo que não se mostre ao redor de sua órbita de relação e interesses. A individualidade está em nível alto produto de uma sociedade voltada para o consumo rápido e imediato. Assim diariamente se formam tribos que vão de grunges a mauricinhos, com a vontade de se expressar e a extrema necessidade de demarcarem as suas próprias essências.

Alexandre Morais de Oliveira Jr.

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